Stress emocional e doenças oncológicas
- Paula Santos Pinho

- 18 de abr. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 4 de fev. de 2023
Durante anos, a comunidade científica ocidental não relacionou o desenvolvimento de doenças oncológicas com os fatores emocionais.

Na Reunião Anual da American Association for Cancer Research (AACR) de 2022, realizada a 11 de Abril, realizou-se a sessão «Envelhecimento, Stress e Cancro», onde se discutiu que eventos extremos que causam stress social (como a pandemia, cenários de guerra, discriminação social, status socioeconómico, genética, estado civil, demografia), sejam eles constantes ou limitados no tempo, são fatores de risco de desenvolvimento de patologias oncológicas.
A explicação tem haver com a resposta do sistema nervoso central aos fenómenos de stress. É desencadeada uma resposta de percepção de ameaça constante ao organismo, levando à libertação de neurotransmissores e hormonas do stress. Estes, por sua vez, modulam a resposta à cascata inflamatória que se gera, cascata essa responsável por mecanismos de angiogénese (crescimento de novos vasos sanguíneos, a partir de outros já existentes), crescimento e invasão de células tumorais e imunidade alterada. Estes fenómenos constituem um ambiente propício ao desenvolvimento de tumores.

Este estudo permitiu concluir que, não só a capacidade orgânica dos pacientes é fundamental para superar a doença, como também as condições geopolíticas desempenham um papel fulcral na promoção da saúde da população.
A pandemia de COVID-19 terá um impacto futuro sobre a incidência de patologias oncológicas na população, mas cabe à sociedade estar atenta e agir, não só individualmente, como também contexto familiar e social.






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